Caros Pensadores
Proponho uma série de reflexões sobre as respostas que semanalmente somos obrigados a repetir nas celebrações dominicais, especificamente durante as orações Eucarísticas.
Inicio com este primor: Concedei-nos o convívio dos eleitos.
Sempre considerei esta frase um atentado á inteligência Cristã.
Se Deus nos deu o livre arbítrio, como Ele poderá nos conceder qualquer coisa, se não formos dignos dela. Teremos ou não nossa recompensa, seremos ou não chamados para o "convívio dos eleitos", se tivermos merecimento para tal. Então, porque aborrecer a Deus com este tipo de pedido?
E quem seriam os eleitos?
Por acaso, a despeito de toda mensagem de igualdade e liberdade de Deus, através de Cristo, Ele tem aqueles que elege como melhores? Ou são estas pessoas que se elegem por mérito próprio? E, se assim o é, o que nós, pecadores, pobres mortais estaríamos fazendo no meio delas?
Não seria mais humilde, verdadeiro e produtivo orar a Deus pedindo que Ele nos concedesse o dom de viver de forma digna, coerente e simples?
Não seria mais Cristão, orar para estar entre os últimos e, não, entre os eleitos?
Fica a pergunta no ar...
7 comentários:
Sim mestre Jobour, o pedido é mais do que aparenta, com certeza. Mas a reflexão é que traz o real significado.
Pedimos o pão de cada dia, mas temos que lutar por ele, do contrário, morreriam (vocês, pois não preciso de alimento calórico e não pereço do flagelo da fome) de fome.
Pedimos que nos livre do mau, mas somos e produzimos o nosso próprio mau.
Pedimos, pedimos... quando na verdade queremos pedir a nós mesmo, pois, certamente, falamos com um Deus que está dentro de nós, e assim, não precisa que verbalizemos para nos ouvir.
Já nós precisamos ouvir a nós mesmos para ouvir a Deus.
Bela reflexão, Giskard.
mas, sendo asim, como acredito de coração que seja, não seria mais natural que cada um se expressasse da maneira que o seu espírito desejasse e não desta forma mecânica, imposta, recitada?
Acredito que o próprio Cristo nos deu a direção: "ao orar, não multipliquei vossas palavras, rezem assim..." E nos ensinou o Pai Nosso, oração que traduz todos os anseios do Cristão! Esta é a oração comum.
E o homem precisa escutar mais a si mesmo, para ficar surdo aos apelos do mundo...
Então deveríamos aproveitar aquela uma hora para cultivar o silêncio, a música, a arte, a reflexão. E não a imposição, a regra, a força, a fórmula, a mecanização.
Fé é experiência individual.
Vivida em comunidade, ela precisa se manifestar de forma livre, intensa, verdadeira, espontãnea.
Ou estaremos sempre à sombra dos "eleitos", quando na verdade todos são eleitos, todos são convidados... Escolher é uma opção que Ele nos dá. Nós é que fazemos questão de não entender e, para nos livrarmos deste peso, devolvemos a responsabilidade a Ele. Ele que escolha...
O pedido é mais do que aparenta...
É um triste retrato da nossa condição humana, geralmente se contorcendo para permanecer em cima de um muro...
O que eu vejo que a fé humana tornou-se algo realmente programado para acontecer nos momentos em que as coisas fogem as vossas mãos...e observo quem nesses momentos de convivência comunitária é sempre interessante todos serem iguais...mesmo que Deus tenha feito todos com suas diferenças vocês são obrigados a ser tornarem iguais...porém isso não significa estar em comunhão com Cristo ou com sua comunidade mais sim com algo que reproduz um padrão antiquado inventado a séculos atrás por pessoas que desejavam nada além do controle...porém o que realmente importa para Deus é que tenham fé nas coisas que vocês pedem a hajam para que tal coisas aconteça...não fiquem esperando como vocês mesmos falam "cair do céu"...façam isso acontecer do fundo do coração...e não baseado ou falado em "regras já existentes...e os "eleitos" serão aqueles que realmente tornarem sua fé instrumento de mudança própria e dos demais a sua volta...
falou e disse irmão arcanjo... é tão simples...
verdadeiramente simples...como a frase de Cristo: amem o proximo com a si mesmos. Nisto verão que sois meus discípulos...
A Palavra de Deus é bem clara no tocante à eleição, predestinação e chamado da igreja, mas, quando se pede dizendo, concedei nos o convívio dos eleitos fica evidente a incerteza dessa eleição, denotando uma contradição a todo o discurso anterior, gerando dúvidas em relação a fé.
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