sábado, 14 de março de 2009

Em artigo, Vaticano critica excomunhão de envolvidos em aborto em menina brasileira

CIDADE DO VATICANO, 14 MAR (ANSA) - O Vaticano afirmou que antes de pensar na excomunhão dos envolvidos no aborto feito na garota brasileira de 9 anos que ficou grávida de gêmeos após ser violentada pelo padrasto, "seria necessário e urgente salvaguardar sua vida inocente".
"Antes de pensar em excomunhões seria necessário e urgente salvaguardar sua vida inocente, devolvendo a ela um nível de humanidade", disse o presidente da Pontifícia Academia para a Vida, monsenhor Salvatore Rino Fisichella, em artigo publicado pelo jornal vaticano L'Osservatore Romano com data de domingo, 15/3.

As declarações de Fisichella contrastam com a decisão do arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, que dias após o aborto da menina anunciou a excomunhão de sua mãe, dos médicos e dos integrantes de ONG's envolvidos no caso.

"A terrível historia da violência cotidiana" da qual a menina foi vitima, sofrendo abusos frequentes por parte de seu padrasto, "teria passado despercebida com a intervenção do bispo", observa o presidente da Pontifícia Academia para a Vida.

Para o representante do Vaticano, a menina brasileira "deveria ter sido defendida antes de tudo", mas "não foi feito isto, lamentavelmente, prejudicando a credibilidade de nossas instruções que, para muitos, parecem marcadas por insensibilidade, incompreensão e falta de misericórdia".

A criança, admite o prelado no artigo, "levava dentro de si outras vidas, tão inocentes quanto a sua, embora frutos da violência, e que foram suprimidas, mas isso não era suficiente para fazer um julgamento que pesa como um machado".

O caso da menina ganhou destaque na mídia internacional, em meio a protestos contra a decisão de Dom José. A repercussão se tornou ainda maior pela postura da Igreja Católica em um Estado laico, interferindo diretamente nas decisões judiciais, e porque o padrasto, acusado de violentar a menina de 9 anos e sua irmã, de 14, não foi excomungado.

No fim de semana passado, comunidades eclesiais de base italianas afirmaram que a decisão do arcebispo brasileiro demonstram, "mais uma vez, o sentido de distanciamento radical entre a 'Igreja do Poder' e os dramas humanos".

Em uma nota emitida na ocasião, as comunidades também criticaram o Vaticano por sua postura, afirmando que a Santa Sé teria apoiado a postura de Dom José.

5 comentários:

Didier disse...

seria isso um flash de sensibilidade dentro da "igreja do poder"?

R. Giskard Reventlov disse...

Lembrei de uma expressão humana: "morde mas assopra". Seria isso?

Didier disse...

quem sabe o que passa na cabeça destas pessoas|?

Gabriel disse...

O que se passa é somente um "poder" que foi investido diz eles por Cristo...porém que está sendo como posso dizer...mau utilizado...ou talvez sendo utilizado por mentes fracas e que precisam de "poder" para se confortarem...e mostrarem que até um ser humano quase no final de sua vida pode fazer algo "tão grandioso" como seu antecessor...olhem isso pela vertente da inveja do tal bispo...o seu antecessor que criou um instituto...que foi fechado por esse mesmo Bispo que ex-comungou os filhos de Deus...por quem foi investido esse "poder" de excomungar...até agora eu não sei...só lembro de momentos em que Cristo instrui seu Discípulo Pedro a continuar os seus ensinamentos...e se tornar realmente "pescador" de homens...e não com um "Poder Divino" de retirar o momento mais importante...a comunhão com Cristo...

Anônimo disse...

vaticano critica?? e pq não tomou atitude dura contra o prelado que excomungou os envolvidos?? Isso é ambiguidade!