
Se eu acreditasse que alguma Campanha da Fraternidade fez a igreja crescer espiritualmente e melhorou a vida dos seus féis, eu diria que esta Campanha da Fraternidade é a mais feliz dos últimos anos.
O tema, anualmente revisitado no Evangelho do dia, em que Jesus se contrapõe diretamente à ganância e ao dinheiro, é perfeito para os nossos dias.
Será que para servir a Deus são necessários carros importados? Anéis de ouro? Estolas de renda? Apartamentos de Luxo? Adegas elétricas? Celulares de última geração? Aparelhos eletrônicos programadores dos sinos das igrejas?
Será que é mesmo preciso cobrar pela intenção de uma missa? Ou exigir valores mínimos para batizar, casar ou enterrar alguém? Praticar a chantagem, transformando dízimo em obrigação, até para quem não tem o pão de cada dia?
Num tempo de Padres cada vez mais mercenários, este tema seria muito importante para conscientizá-los de que, na verdade, deveriam ser missionários...
Há os que levantam fundos e mais fundos públicos, para reconstruir templos de pedra. E se esquecem de reformar seus túmulos caiados...
Há os que simplesmente exploram os paroquianos e sua boa vontade, transformando-se em verdadeiros abutres das aposentadorias de suas beatas.
E se esquecem de que terão de prestar contas a Deus...
Há os que se esbanjam de status e fazem as paróquias ricas e só se sentam na mesa dos que as sustentam, comendo na mão deles o Pão amassado pelo demo...
E há os que tem verdadeira vocação.
Estes também tem seus erros, quem de nós não os tem? Mas são capazes de reconhecê-los, são capazes de buscar coerência, de clamar por justiça, de batalhar pelo inocente, de enfrentar os poderosos, de abraçar o humilde, de honrar sua missão.
Estes não precisariam deste lembrete que a CF propõe.
E os outros, os que tanto precisariam, olham com descrença a atitude de seus bispos e simplesmente desacreditam a CF.
E vai ficando tudo na mesma.
E tem leigo que gosta, que incentiva, que pactua...
Ce la vie!Est l'église...