quarta-feira, 31 de março de 2010

Uma opinião interessante

do Poeta, ex-secretário de Cultura e escritor Jorge da Cunha Lima.


31/03/2010 - 13:02
A IGREJA CATÓLICA E A PEDOLFILIA

Hoje me alongo, porque o assunto é muito sério.
Não me lembro se foi Bloy, o mais sofrido dos escritores católicos que disse: “A Igreja é uma mulher esfarrapada, sempre a procura de Cristo”. Entendi que o dito refere-se à miséria das instituições humanas e sua obsessão de perseguir a religiosidade de Cristo, se instituição divina. Anos depois de me impressionar com essa citação encontrei em Estrasburgo o maior teólogo da Igreja Católica, responsável por grande parte do Concilio Vaticano II. Estava com Fernão Bracher e Soninha. Assistimos a uma missa no batistério da Catedral. Jovem, meio ignorante e impetuoso como todo adolescente, provoquei o teólogo. -Só há injustiça no mundo e não vejo a Igreja reagir contra isso. Calmamente o teólogo me respondeu: “Mais, le Christ vient de naitre.” Mas, o Cristo acaba de nascer. Fiquei atônito e ele prosseguiu: Ainda não houve tempo de se criar uma sociedade verdadeiramente cristã. A assimilação do evangelho é de longa digestão, ouvi e pensei, é verdade, a história da humanidade tem milhares de anos, antes e pela frente.

Claro que um dos grandes fantasmas da Igreja sempre foi a Inquisição, muito mais do que a decantada riqueza do Vaticano. Mas a Inquisição se situa num contexto histórico e isso nunca chegou muito a me perturbar. Depois vieram as acusações de que a igreja de Pio XII pactuou com o nazismo, mas também existem milhares de testemunhos da solidariedade de católicos com os judeus perseguidos.
Então veio João XXIII que constituiu um oxigênio espiritual e humano para nós católicos. Uma benção do Espírito Santo.

Mas, não muito depois foi eleito o teólogo alemão, que se denominou Bento XVI e optou claramente por um dogmatismo total. Deixou desde o começo a idéia de que a Igreja tem uma regra e essa regra deve ser seguida a risca. Num mundo dominado pelo relativismo isso ao mesmo tempo indicava um norte. Mas a dose foi de um norte sem piedade. Buscou-se banir as heresias do dia a dia, sobretudo as heresias contra os cânone. A obediência e a responsabilidade prevaleceram sobre a caridade e a esperança. Ficamos muito confusos, com saudades de João XXIII.

Agora se revela na Igreja esfarrapada de Bloy, a pratica muito ampla da pedofilia entre monges e prelados, sobretudo na Europa e nos Estados Unidos. Tudo se enquadra na miséria humana, mas pedofilia não tem defensores nem no inferno. A tolerância humana é ilimitada, com a pedofilia não.
A hierarquia da Igreja assiste o fenômeno do alto de seu dogmatismo burocrático. Não houve um exorcismo a altura do pecado.

Contudo, o perdão não é um ato unilateral. Prevê justiça e arrependimento.
Autor: Jorge da Cunha Lima

sexta-feira, 26 de março de 2010

Abrindo para maiores comentários

Convoco aos caros CQPistas que expressem sua opinião definitiva (ou ao menos definitiva até o momento) sobre os últimos escândalos na nossa Igreja, seguindo o exemplo do caro leitor AVRELIVS nos comentários do post anterior.

Para maiores referências, acessem a mantéria do Último Segundo cliacando aqui.

terça-feira, 23 de março de 2010

Será?

Abusos sexuais derrotam o papa
O pontífice alemão chegou ao poder há cinco anos clamando contra a "sujeira" em sua Igreja, mas não conseguiu lavá-la nem erradicá-la.

El País
Juan G. Bedoya
Em Madri
  • Bento 16, que completará 
cinco anos no cargo em 19 de abril; o papa não cumpriu sua promessa de 
acabar com a corrupção sexual e afastar os acobertadores
    Bento 16, que completará cinco anos no cargo em 19 de abril; o papa não cumpriu sua promessa de acabar com a corrupção sexual e afastar os acobertadores
Bento 16 completará cinco anos no cargo em 19 de abril sem ter cumprido sua promessa mais famosa: acabar com a corrupção sexual e afastar os acobertadores, em sua maioria membros da hierarquia. A realidade é contumaz. Todos os dias são descobertos novos casos de abusos sexuais e de maus-tratos em centros educacionais católicos. E o que é pior: muitos prelados, em vez de combatê-los, os explicam com clamorosas acusações. É o que acaba de fazer o cardeal Antonio Cañizares, presidente da Pontifícia Congregação para o Culto. "Atacam-nos para que não se fale de Deus; pior é o aborto", disse o ex-primaz de Toledo. Com a mesma displicência se expressou o secretário de Estado da Santa Sé, Tarcisio Bertone. "Há pessoas que tentam nos desgastar, mas a Igreja conta com a ajuda do Alto", desculpa-se o cardeal italiano.

Há cinco anos, João Paulo 2º agonizava depois de 27 anos no cargo. Foi sucedido por Joseph Ratzinger, até então presidente da Congregação para a Doutrina da Fé (antigo Santo Ofício da Inquisição). Os cardeais logo tomaram a decisão. Sua Igreja estava mergulhada em uma grave crise de prestígio, e a solução exigia conhecimento do problema e mão firme. O alemão Ratzinger era o homem. Havia demonstrado isso na Via Crúcis de 24 de março anterior, Sexta-Feira Santa. Em cada reza das estações do fundador cristão até o Calvário, havia acrescentado comentários de programa de governo.
Na nona estação - terceira queda de Jesus sob o peso da cruz -, Ratzinger exclamou: "Quanta sujeira na Igreja e entre os que, por seu sacerdócio, deveriam estar entregues ao Redentor! Quanta soberba! A traição dos discípulos é a maior dor de Jesus. Só nos resta gritar-lhe: 'Kyrie, eleison. Senhor, salvai-nos'".
Aquela arenga lhe valeu o pontificado. Cinco anos depois, o clamor pela sujeira continua. O papa voltou a decepcionar no sábado, em sua pastoral sobre a Irlanda. Pede a seus bispos que enfrentem os problemas com "coragem", mas não prometeu sanções aos culpados nem reparações às vítimas.
A mesma atitude teve diante da corrupção dos Legionários de Cristo, tolerada durante décadas. Seu fundador, Marcial Maciel, movimentou-se nesse tempo como peixe na água por Roma. Inclusive gozou da amizade de João Paulo 2º. Mas o famoso sacerdote era um pederasta recalcitrante e teve meia dúzia de filhos. Muitas de suas vítimas foram alunos do seminário de Ontaneda (Cantábria), também submetidos a vexações por outros sacerdotes do grupo.
As denúncias contra Maciel chegaram à mesa do papa polonês durante anos. Ratzinger também as conhecia. Ambos as desprezaram. Maciel enchia estádios de futebol nas viagens do líder católico. Aquela proteção obscurece a beatificação de João Paulo 2º e ameaça a credibilidade de Ratzinger. Este papa foi eleito em 19 de abril de 2005 e não tomou qualquer medida contra os Legionários até maio de 2006.
A decisão era pano quente. O fundador não tinha outro castigo além de abandonar Roma e levar "uma vida reservada de oração e penitência" em seu México natal. A organização saía ilesa. Roma continuava surda à dor das vítimas. Só mandou investigar quando os filhos e mulheres de Maciel começaram a reclamar atenção e direitos. Com o título melífluo de "visitadores", cinco bispos estudaram o caso durante quase meio ano, entre eles o prelado de Bilbao, Ricardo Blázquez, hoje arcebispo de Valladolid. Seu relatório já está em Roma e o papa continua sem atuar.
A primeira demanda contra Maciel foi apresentada em Roma por sete de suas vítimas em 1998, com o título de "Absolutionis complicis. Arturo Jurado et alii versus Rev. Marcial Maciel Degollado", mas os abusos sexuais do fundador legionário já tinham sido investigados entre 1956 e 1959. Durante esse tempo, Maciel foi expulso de Roma. O cardeal Ottaviani, então grande inquisidor, encomendou a investigação ao claretiano basco e futuro cardeal Arcadio Larraona. Mas não resolveu nada. O despropósito chegou ao cúmulo quando, quase meio século depois, João Paulo 2º propôs Maciel como "guia da juventude" durante a viagem do distraído pontífice ao México em 1994.
Agora Ratzinger tem dados suficientes. Por que retarda uma decisão? Desde a dissolução dos jesuítas em 1773 por Clemente 14, forçado pelos reis da França, Espanha, Portugal e das Duas Sicílias - por motivos de poder, portanto -, a Igreja Católica não havia enfrentado um caso igual. O escândalo mais clamoroso por abusos sexuais ocorreu no século 17 em torno das escolas pias do aragonês são José de Calasanz. Um de seus colaboradores, Stefano Cherubini, membro de uma família bem relacionada no Vaticano, teve tanto êxito no encobrimento de sua pederastia que chegou a ser o superior da ordem, derrubando de má forma o fundador. Inocêncio 10º demorou 15 anos para tomar medidas e a ordem foi temporariamente fechada.

Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

domingo, 21 de março de 2010

"Será que virão outros?" Bom, vieram...

Novas e velhos notícias (tudo se repete, repete, repete...). Mas o que mais me assusta é o Diego Maynard falando bem de Ratzinger no Manhatan Connection. Mas vamos a notícia.

Após papa pedir desculpas, Vaticano diz que investigará denúncias na Irlanda

 

terça-feira, 16 de março de 2010

Vaticano reconhece casos de abuso sexual em Alagoas

http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2010/03/16/vaticano-reconhece-casos-de-abuso-sexual-em-alagoas.jhtm

 Atenção para o detalhe: "Ele era um padre dos mais respeitados aqui do agreste. Ele se diz muito puritano. Uma vez, celebrando um casamento, ele mandou o noivo tirar o paletó para cobrir o decote da noiva, caso contrário não seguiria com a celebração".
 
Ao que parece outras eram as motivações do dito "padre" quando tomava suas atitudes "puritanas".
 
"O Vaticano reconheceu nesta terça-feira (16) que existem casos de abuso sexual de menores cometidos por sacerdotes no Brasil e desmentiu que os responsáveis sejam "bispos", indicou o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi. "Eram padres", afirmou Lombardi ao se referir às notícias publicadas ontem pelo UOL Notícias, que citou a denúncia na qual vários alunos relatam casos de abusos por parte de "dois monsenhores e um sacerdote" do município de Arapiraca (AL), a 130 km de Maceió.
O porta-voz do Vaticano reconheceu que dois dos três religiosos citados possuíam o título honorífico de "monsenhor", embora fossem simples padres, o que a Igreja consente em casos particulares. "Foi confirmado que nenhum dos três envolvidos era bispo. Um deles foi afastado da paróquia e será julgado pela justiça civil", disse Lombardi.
"Os outros dois foram suspensos de suas tarefas eclesiásticas e estão sendo submetidos a um processo canônico por suspeita de pedofilia, mas até agora negam tudo", acrescentou o porta-voz do Vaticano.
Reportagem do UOL Notícias desta segunda-feira relatou que os dois monsenhores e o padre são acusados de integrar esquema de pedofilia e vão responder a um inquérito policial por conta de denúncias feitas por ex-coroinhas e familiares.
A Polícia Civil já instalou inquérito para investigar o caso. Duas delegadas já foram designadas para apurar as denúncias. O pedido de investigação partiu do Ministério Público Estadual.
O escândalo de pedofilia foi denunciado na última quinta-feira (11) pelo programa "Conexão Repórter", do SBT. A reportagem especial, feita pelo jornalista Roberto Cabrini, denunciou diversos casos de pedofilia envolvendo membros da igreja. Vários ex-coroinhas relatam casos de abusos sexuais contra crianças e adolescentes.
Um vídeo mostra um dos monsenhores praticando sexo com um jovem de 19 anos. A gravação seria de janeiro de 2009 e teria sido feita por outro ex-coroinha, que também teria sofrido abusos do padre.
O jovem contou que desde os 12 anos, quando ingressou na igreja, era assediado sexualmente pelo monsenhor. “Ele pegava nos órgãos genitais durante a missa, beijava minha boca na sacristia. Não tinha como defender. Hoje tenho muito medo do que possa acontecer comigo. Não posso ver um carro na minha porta que fico com medo”, contou o jovem identificado como Fabiano. Outros ex-coroinhas também denunciaram casos, e acusaram os outros dois integrantes da igreja de participarem do esquema.
Segundo moradores, o monsenhor Luiz Marques, um dos afastados pela Igreja, era reconhecido como um dos religiosos mais conservadores da região agreste. Como prova da influência, ele foi homenageado com o título de monsenhor e dá nome a uma escola municipal, além de ter sido um dos escolhidos pela igreja, na década de 80, para receber o então papa João Paulo 2º no Nordeste.
“Ele era um padre dos mais respeitados aqui do agreste. Ele se diz muito puritano. Uma vez, celebrando um casamento, ele mandou o noivo tirar o paletó para cobrir o decote da noiva, caso contrário não seguiria com a celebração”, contou ao UOL Notícias uma ex-frequentadora da igreja.
Advogado nega
O advogado do monsenhor, Daniel Fernandes, afirmou que toda relação sexual contida no vídeo foi consentida pelos adolescentes e negou prática de pedofilia do seu cliente. Segundo ele, os jovens teriam tentado extorquir o monsenhor pedindo R$ 5 milhões para não divulgar o vídeo. Um documento chegou a ser assinado pelos ex-coroinhas, em junho de 2009, onde eles se comprometeriam em não divulgar e destruir o vídeo, em troca do "pagamento de uma dívida de cartão de crédito" superior a R$ 32 mil.
Durante o programa do SBT, o monsenhor não negou o assédio sexual a menores. “Não preciso admitir, nem negar. É caso de confessionário. Só ao meu confessor eu posso dizer qualquer pecado meu. Não admito que o senhor venha na minha casa saber disso. O senhor não tem esse direito, de entrar na minha privacidade”, disse.
Já os outros dois integrantes da igreja acusados de participarem do esquema negam qualquer ato ou assédio sexual a menores. Eles afirmaram, segundo a diocese regional, que esperam a investigação da Igreja.

* Com informações de Carlos Madeiro, especial para o UOL Notícias em Maceió, e da AFP"

sexta-feira, 12 de março de 2010

Padre é flagrado comprando cocaína nos Estados Unidos



Redação CORREIO

Um padre da Igreja Católica Apostólica Romana do noroeste da Pensilvânia, nos Estados Unidos, está sendo acusado de porte ilegal de drogas, depois de ser flagrado comprando cocaína na Filadélfia, informou a agência de notícias AP. O padre James B. Shimsky, de 50 anos, faz parte da diocese de Scranton e foi preso em janeiro deste ano.

Oficiais da Divisão de Narcóticos confirmaram que um homem foi pego com cocaína em seu jipe na manhã de 30 de janeiro deste ano, no norte da Filadélfia. O padre foi flagrado numa blitz, quando policiais pararam seu veículo e encontraram a droga.

William Genello, porta-voz da diocese, afirmou que James B. Shimsky foi afastado da igreja de St. John Vianney Parish desde sua prisão. As informações são do G1.

FIM DA REPORTAGEM

Comentário:
Que a igreja está cheia de drogas eu já sabia. Mas que as drogas usavam drogas, isso é novidade...

Exorcista-chefe da Igreja Católica diz que demônio está no Vaticano




Correio da Bahia - Mundo 11.03.2010 - 16h31

Exorcista-chefe da Igreja Católica diz que demônio está no Vaticano




Redação CORREIO | Foto: AFP

Escândalos de abuso sexual dentro da Igreja Católica Romana são a prova de que 'o diabo está trabalhando dentro do Vaticano', afirma o ex-exorcista-chefe da igreja Padre Gabriele Amorth, 85 anos.

Amorth já lidou com mais de 70 mil casos de pessoas possuídas pelo diabo e disse que as consequências da 'infiltração satânica' incluiríam disputas pelo poder no Vaticano, assim como 'cardeais que não acreditam em Jesus e bispos ligados ao demônio'.


Don Gabriele Amorth atendeu mais de 70 mil casos de pessoas possuídas pelo diabo

O padre, que recentemente publicou o livro 'Memórias de um Exorcista' (tradução livre para Memoirs of an Exorcist), diz que o atentado ao Papa João Paulo II em 1981 foi um trabalho do diabo, assim como o incidente do Natal de 2009, quando uma mulher com distúrbios mentais se jogou em cima do Papa Bento XVI, derrubando-o no chão.

No passado, disse que Adolf Hitler e Joseph Stalin estavam possuídos pelo diabo e sugeriu que a escritora inglesa J. K. Rowling, autora da série de livros Harry Potter, não soube distinguir magia negra de magia branca.

Em entrevista ao jornal italiano La Repubblica o ex-exorcista explica que o diabo é 'só espírito e invisível. Mas pode se manifestar por blasfêmias, ficar escondido, falar várias línguas e até parecer agradável. Sei que às vezes ele ri de mim', confessa.

Padre Amroth foi presidente de honra da Associação dos Exorcistas entre 1990 e 2000 e hoje está aposentado.

FIM DA REPORTAGEM

Comentário:

Fico pensando quanto de razão existe neste quinhão de senilidade...

sexta-feira, 5 de março de 2010

E, falando no tinhoso...

Escândalo de prostituição gay atinge o Vaticano

 Como estávamos falando num post anterior, se todos os absurdos privados do clero viessem público a igreja ficaria parecendo um relato do 2° círculo do Inferno de Dante... pior ainda seria a imagem do 4°, 8° e 9° círculos, que têm como seus moradores uma boa quantidade de eclesiásticos.

Para saber mais: Wikipédia - Inferno de Dante